RANULFO PEDREIRO
Bem que me avisaram, mas eu insisti em fazer jornalismo. E, para falar a verdade, tenho saudades dos tempos do Curso de Comunicação na Universidade Estadual de Londrina, onde me formei.
Falar mal da profissão me dá peso na consciência. A gente reclama, mas gosta. O que seria do jornalismo sem o conflito? Desde que escrevi para os primeiros jornaizinhos alternativos e fanzines, no final dos anos 80, a vontade de publicar vem aumentando.
Trabalhei muito tempo em jornal impresso. Desde os primeiros textos para a Folha de Londrina, a partir de 1991, quando me tornei um freelancer incapaz de negar uma pauta. Acabei passando por diferentes editorias: cultura, jovem, ciência, turismo, geral, cidades, esporte, imobiliária, rural e economia. Até que estabilizei na Folha 2, fazendo resenhas de música, cinema e literatura.
Mas escrevi sobre buraco de rua, assassinato, corrida de moto, artes plásticas, histórias de terror, causos de pescador, mensagem de Natal e até disco voador. Ao mesmo tempo, fui revisor, redator, pauteiro e editor.
Em 2002, entrei para o Jornal de Londrina, onde ganhei uma coluna de música chamada Máquina do Som, homenagem a uma série de coletâneas em fitas K7 e LPs lançadas nos anos 70. Baseados em discotecagens, esses discos contemplavam do rock ao jazz, da discoteca ao forró. A coluna seguiu essa diversidade.
Paralelamente, produzi e apresentei, por cinco anos, o programa Balaio Brasileiro na Rádio Universidade FM 107,9, dedicado à música brasileira. Também escrevi para várias revistas da região, colaborei com o Festival Internacional de Londrina (Filo), Festival de Música de Londrina (FML), Festival Demo Sul e Festival MPB Londrina.
Com o fim do Jornal de Londrina, em 2015, fui descobrir outras mídias e áreas de atuação, trabalhando com o TP1 Conteúdo e participando dos projetos circulasons, Festival Blues de Londrina e Maratona Flauta e Fole. Já na área de empreendedorismo e inovação, o aprendizado vem com a ACIL - Associação Comercial e Industrial de Londrina - e a revista Mercado em Foco.
Mesmo assim, a vontade de publicar não passou. Toda essa história ajuda a construir este blog e continua correndo nas veias deste repórter que já tentou mudar de profissão uma dezena de vezes, mas desistiu. O jornalismo foi mais teimoso.